Incontinência urinária pós-prostatectomia radical aberta: perfil clínico-epidemiológico em uma Unidade Oncológica do interior do Maranhão
Palavras-chave:
Incontinência urinária, Neoplasias da próstata, ProstatectomiaResumo
O câncer de próstata (CaP) é o sexto tipo de câncer mais frequente entre homens no mundo, representando aproximadamente 10% do total de casos. A prostatectomia aberta tem sido considerada o tratamento padrão ouro para CaP clinicamente localizado. No entanto, a incontinência urinária ocorre em 56-63% das pessoas que realizam esse procedimento. Este trabalho teve como objetivo descrever o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com incontinência urinária pós-prostatectomia radical aberta devido ao CaP por acompanhamento em uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia. Trata-se de um estudo observacional, quantitativo, descritivo, correlacional e transversal. Desse modo, participaram do estudo 30 pacientes e a coleta de dados foi realizada a partir de entrevista e consulta aos prontuários. Ao final, observou-se que a maioria dos pacientes é idoso e casado (93,4%), de baixo nível escolar (80%) e socioeconômico (70,1%), que procuraram o serviço médico apenas quando apresentaram alguma sintomatologia referente ao CaP. Notou-se uma grande prevalência de incontinência urinária, levando à baixa autoestima e impacto na qualidade de vida. Assim, percebeu-se também, a necessidade de estratégias de informação sobre a importância da prevenção do CaP, a fim de abordar a assistência à saúde do homem na atenção básica com integralidade e efetividade.
Referências
AMORIM, V. M. et al. Fatores associados à realização dos exames de rastreamento para o câncer de próstata: um estudo de base populacional. Cadernos de Saúde Pública, v. 27, n. 2, p. 347–356, 2011.
ANG, W. et al. Effectiveness of preoperative pelvic floor muscle training for urinary incontinence after radical prostatectomy: A meta-analysis. BMC Urology, v. 14, n. 1, p. 1–8, 2014.
BAADE, P. D. et al. Estimating the future burden of cancers preventable by better diet and physical activity in Australia. Medical Journal of Australia, v. 196, n. 5, p. 337–340, 2012.
BAROUKI, M. P. Rastreamento do câncer de próstata em homens acima de 50 anos através do exame diagnóstico de PSA. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, v. 3, n. 2, 2011.
BERGER, A. P. et al. Longitudinal PSA changes in men with and without prostate cancer: Assessment of prostate cancer risk. Prostate, v. 64, n. 3, p. 240–245, 2005.
BERNARDES, M. F. V. G. et al. Impact of urinary incontinence on the quality of life of individuals undergoing radical prostatectomy. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 27, n. 0, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2010: Incidência de Câncer no Brasil: Síntese de Resultados e Comentários. Rio de Janeiro: INCA, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2020: Incidência de Câncer no Brasil: Síntese de Resultados e Comentários. Rio de Janeiro: INCA, 2020.
CASTRO, P. R. DE et al. Laparoscopic retropubic prostatectomy: initial experience. Revista Médica de Minas Gerais, v. 23, n. 2, p. 181–184, 2013.
CORNICK, S. MAC et al. Impact of Radical Prostatectomy on Urinary Incontinence, Erectile Dysfunction and General Quality of Life. Journal of Biosciences and Medicines, v. 03, n. 08, p. 62–75, 2015.
DAMIÃO, R. et al. Câncer de próstata. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, v. 14, n. 0, p. 80–86, 2015.
GOMES, R. E. AL. The touched masculinity: a discussion about the digital rectal exam for prostate cancer prevention. Ciência e Saúde Coletiva, v. 13, n. 6, p. 1975–1984, 2008.
HOYLAND, K. et al. Post-radical prostatectomy incontinence: etiology and prevention. Reviews in urology, v. 16, n. 4, p. 181–188, 2014.
IARC. International Agency for Research on Cancer, World Health Organization. Study finds prostate cancer increasing in most countries. Rates remain highest in highest income regions of the world. Press Release, n. 209. Disponível em: <http://www.iarc.fr/en/media-centre/pr/2012/pdfs/pr209_E.pdf.> Acesso em: 10 de dez de 2020.
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estimativas da População Residente no Brasil e Unidades da Federação com Data de Referência em 1º de julho de 2020, 2020. Disponível em: <https://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2020/estimativa_dou_2020.pdf.> Acesso em: 01 de dez de 2020.
KUEHN, B.M. Veterans health system cited by experts as a model for patient-centered care. JAMA, v. 307, n. 5, p. 442-443, 2012.
LÖBLER R. et al. Avaliação do Escore de Gleason como fator prognóstico em pacientes com câncer de próstata em hormônioterapia. Revista Brasileira de Oncologia Clínica, v. 8, n. 27, p. 21–23, 2012.
LOWRANCE, W. T.; TARIN, T. V; SHARIAT, S. F. Evidence-based comparison of robotic and open radical prostatectomy. The Scientific World Journal, v. 10, p. 2228–37, 2010.
LUCIANO, R. et al. Um novembro não tão azul: debatendo rastreamento de câncer de próstata e saúde do homem. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 22, n. c, p. 251–262, 2018.
LUO, J. Non-invasive actionable biomarkers for metastatic prostate cancer. Asian Journal of Urology, v. 3, n. 4, p. 170–176, 2016.
MANOHARAN, M. et al. Modified Pfannenstiel approach for radical retropubic prostatectomy. Urology, v. 64, n. 2, p. 369–371, 2004.
MASAOKA, H. et al. Potential overtreatment among men aged 80 years and older with localized prostate cancer in Japan. Cancer Science, v. 108, n. 8, p. 1673–1680, 2017.
MEDEIROS, Adriane Pinto de; MENEZES, Maria de Fátima Batalha de; NAPOLEAO, Anamaria Alves. Fatores de risco e medidas de prevenção do câncer de próstata: subsídios para a enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 64, n. 2, p. 385-388, 2011.
MOROTE, J.; MALDONADO, X.; MORALES-BÁRRERA, Cáncer de próstata. Medicina Clinica, v. 146, n. 3, p. 121–127, 2016.
MUNGOVAN, S. F. et al. Relationships between perioperative physical activity and urinary incontinence after radical prostatectomy: an observational study. BMC urology, v. 13, p. 67, 2013.
NASSIF, A. E. et al. Perfil epidemiológico e fatores prognósticos no tratamento cirúrgico do adenocarcinoma de próstata clinicamente localizado. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 36, n. 4, p. 327–331, 2009.
PAIVA, E. P.; DA MOTTA, M. C. S.; GRIEP, R. H. Conhecimentos, atitudes e práticas acerca da detecção do câncer de próstata. ACTA Paulista de Enfermagem, v. 23, n. 1, p. 88–93, 2010.
RASSWEILER, J. et al. Laparoscopic Versus Open Radical Prostatectomy: A Comparative Study at a Single Institution. The Journal of Urology, v. 169, n. 5, p. 1689–1693, 2003.
RUTTEN, L. J. F. et al. Factors associated with men’s use of prostate-specific antigen screening: evidence from Health Information National Trends Survey. Preventive medicine, v. 40, p. 461–468, 2005.
SANTOS, A. C. S. et al. Artificial urinary sphincter for urinary incontinence after radical prostatectomy: A historical cohort from 2004 to 2015. International Brazilian Journal of Urology, v. 43, n. 1, p. 150–154, 2017.
STINESEN KOLLBERG, K. et al. Social constraints and psychological well-being after prostate cancer: A follow-up at 12 and 24 months after surgery. Psycho-Oncology, v. 27, n. 2, p. 668–675, 2018.
VIANA, M. et al. Perfil Epidemiológico Do Homem Com Câncer De Próstata Atendido Em Um Hospital Universitário. Cogitare Enfermagem, v. 19, n. 2, p. 333–340, 2014.
Publicado
Como Citar
Licença
Teste de Licença;