Epidemiologia de internações e óbitos por Diabetes Mellitus nas capitais da região sudeste brasileira entre 2018 e 2021
Palavras-chave:
Diabetes Mellitus, Epidemiologia, Óbitos, InternaçãoResumo
Objetivo: avaliar a epidemiologia das internações e óbitos causados pelo DM nas capitais do Sudeste brasileiro nos anos de 2018 a 2021, descrevendo as taxas de mortalidade, letalidade, prevalência e internação para o entendimento da distribuição e evolução da doença. Método: trata-se de um estudo transversal descritivo realizado a partir de consulta à base de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS - SIH/SUS e Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS), dos quais foram coletados dados de internações, óbitos, sexo, etnia e faixa etária. Resultados: no período 2018 a 2021, foram analisados 8.054.738 casos de pessoas portadoras de DM nas capitais do Sudeste, no qual houveram 31.243 internações hospitalares pela doença e 1.754 óbitos por DM nesse intervalo. Além disso, foi observado, importantes dados como, a taxa de prevalência, evidenciando que no RJ esse valor chega a 10,06/100Hab, sendo ela, a capital com maior índice, taxa de internação, sendo maior em BH com valores de 1,12/100 hab, letalidade e mortalidade mais evidentes em Vitória, com valores de 4,55/10.000 hab. e 3,29/100.000 hab. respectivamente. Já observando as internações, predominaram em homens e idosos com 60 a 69 anos em todas as regiões analisadas, quanto à etnia observou-se divergências, sendo a etnia parda predominante em Belo Horizonte (BH) e Vitória, branca em São Paulo (SP) e sem informações no Rio de Janeiro (RJ). Dados sobre óbitos mostraram predomínio entre mulheres no RJ e Vitória, e homens em BH e SP. Dados de óbitos por etnia mostram que RJ e SP há maior prevalência de idosos pardos entre 50 a 59 anos. Em BH e Vitória não foram encontradas essas informações. Conclusão: verificou-se uma importante repercussão nos óbitos e internações nas capitais do Sudeste, com uma tendência de aumento da prevalência dos casos de DM. Dessa forma, tal análise pode auxiliar em estratégias de prevenção e controle deste agravo, bem como gestão dos indicadores das políticas públicas e aprimoramento das estratégias da atenção primaria a saúde.
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